sexta-feira, 30 de julho de 2010

Treat Her Right


Tom Jones, que há poucos dias fez 70 anos, aparece quebrando tudo nesse vídeo, onde o cantor antecipa sua fase Las Vegas. A música, o clássico do rhythm & blues Treat Her Right, está mais provocante do que nunca e Tom Jones abusa da canastrice. Não que a versão original fosse puritana, mas a performance de Roy Head era acrobática demais.
Ainda assim, uma das melhores interpretações está no filme Commitments - Loucos pela Fama (1991), de Alan Parker. Pra mim, essa foi a medida certa.

Like a Rolling Stone


Essa semana o site da Rolling Stone americana comemorou os 67 anos de Mick Jagger com uma vasta galeria de fotos que cobre boa parte de sua vida. Enquanto isso, por aqui, a versão brasileira da revista liberou a matéria sobre o mítico álbum Exile on Main St. Nela é possível acompanhar os bastidores da banda e conhecer um pouco mais sobre o disco que hoje é considerado um dos melhores do rock.

Só o amor constrói

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Disco... só se for voador


O ano era 1979. A série, Buck Rogers no Século 25. Hoje soa ridículo, mas, naquele tempo, os produtores só não contavam que a Disco Music morreria antes do século 25...

A Depressão em cores


Imagens de um dos mais amargos períodos da história Americana, a Grande Depressão, foram redescobertos recentemente. São fotos coloridas, uma raridade considerando que foram tiradas entre 1939 e 1943, que mostram os efeitos da crise econômica sobre a região rural e as pequenas cidades do interior americano. As fotografias pertencem a Biblioteca do Congresso Americano e fizeram parte da exposição Bound for Glory: America in Color. Aqui tem mais.


Super-herói diferente


"O Homem Prepúcio assumiu a luta contra a mutilação genital masculina. Ajudado pelo poder de suas botas de plasma, o Homem Prepúcio voa sobre a cidade para caçar criminosos que cortam os órgãos genitais de meninos inocentes.
É o alvorecer de uma nova era. Circuncisadores, se cuidem!"

Acho que depois disso não há mais nada para se inventar nos quadrinhos. Quem ficou curioso para ler as aventuras do Homem Prepúcio, pode conferir suas histórias no site do herói.

Regina Duarte x Hitler


A atriz Regina Duarte é uma apavorada nata. Em 2002 o medo era do Lula, mas antes disso, em 1985, Regina se peleva toda com os nazistas, cruzes!


Dica da fiel colaboradora Ana Luisa.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Esforço de reportagem


Ótima essa matéria da Piauí mostrando todo o esforço do repórter Paulo Nogueira para extrair, tal qual um siso, algumas respostas atravessadas do escritor James Ellroy, um dos mais mal humorados autores da língua inglesa. Segue o trecho:

Já na presença do grande homem, o jornalista intuiu que o prazer do encontro não era mútuo. Como um gato antes da ração diária, o ficcionista exalava crispações por todos os poros. Diplomático, o entrevistador deixou claro que não havia ali um iconoclasta, mas um idólatra: "Sou um grande fã. É uma honra conhecê-lo", salmodiou. O autor reagiu como se o interlocutor tivesse comentado que estava chovendo ou que eram três da tarde. O jornalista então ligou o gravador, que Ellroy olhou como se contemplasse alguma substância produzida nos intestinos.

Para desanuviar, o entrevistador julgou aconselhável começar com uma amena nota biográfica. "Sei que há muito tempo o senhor trabalhou como caddy." O escritor grunhiu:

- Sim.

Bem, adiante. "Aprendeu a jogar golfe? Aprecia algum esporte?"

- Não.

Yoga estelar


Yoga inspirada em Guerra nas Estrelas. Que a força esteja com você. Tem mais aqui.

O remorso de Siegel e Shuster

Ainda pensando em Jerry Siegel, que junto com Joe Shuster deu vida ao Super-Homem, resolvi pinçar essa pequena biografia retirada d'O livro das Vidas - Obituários do New York Times, da Companhia das Letras. O livro faz parte da coleção Jornalismo Literário e reúne obituários do jornalão americano. Segue o texto:



Jerry Siegel, cuja atração adolescente por garotas deu ao mundo o Super-Homem, morreu em 1996, em Los Angeles, aos 81 anos. Era lembrado não tanto como o artista visionário de Cleveland que concebeu o maior super-herói de todos os tempos, mas sim como o rapaz ingênuo que vendeu os direitos de uma potência cultural e comercial bilionário por 130 dólares.

Joe Shuster, parceiro e amigo de infância de Siegel, acabou por criar a malha justa e a capa do herói, mas foi Siegel quem imaginou o Super-Homem como um todo, desde o nascimento no condenado planeta Krypton e a chegada à Terra num foguete, até os poderes sobre-humanos e o alter ego de trato manso, Clark Kent. Como ele disse mais tarde, a idéia lhe veio de uma vez só, numa noite de insônia durante o verão de 1934 em Cleveland, depois de se formar no Colégio de Glenville, onde ele e Shuster já haviam criado juntos uma infinidade de personagens de quadrinhos, inclusive um primeiro Super-Homem que Siegel imaginara como um cientista louco careca.

Mas apesar de todos esses detalhes que surgiram naquela noite sobre as origens extraterrestres do Super-Homem, sobre os pais adotivos tão amorosos e a decisão dele de usar os poderes incríveis “para ajudar a humanidade”, Siegel não escondia que o foco de sua visão criativa, o verdadeiro objeto de seus sonhos, era Lois Lane, a repórter colega de Kent no Planeta Diário. Ela era a mulher que suspirava pelo super-herói ao mesmo tempo que evitava Kent e seus óculos, sem saber que, sob aquela superfície afável, estava o próprio homem de aço, para não dizer o coração ardente de Jerry Siegel.



Mesmo quando discutia as origens do Super-Homem quarenta anos depois, Siegel, que disse ter pensado em se tornar repórter, ainda parecia sentir os golpes que sofrera quando era um colegial esquelético e de óculos: “Eu me apaixonei por várias meninas lindas que nem sabiam que eu existia , ou, se sabiam, não se importavam”, disse ele. “Então me ocorreu: e se eu pudesse fazer alguma coisa legal, como pular por cima dos prédios ou atirar carros ou algo assim?”

Depois que Shuster pôs s fantasia de Siegel no papel, a dupla ainda levou anos até encontrar um editor disposto a aceitar a criação. E quando conseguiram foi em Nova York, onde haviam sido contratados para criar outros personagens, mas o sonho de ganhar dinheiro logo se espatifou. Em março de 1938, por 130 dólares em espécie, eles assinaram a cessão de todos os direitos do Super-Homem à DC Comics, a empresa que deu vida comercial ao herói em junho do mesmo ano – no primeiro número da Action Comics. “Éramos só meninos”, disse Siegel. “Como podíamos saber?”



Quando o personagem se tornou uma sensação instantânea e a dupla tentou obter uma fatia dos lucros, ambos foram despedidos e passaram o resto da vida quase na pobreza. Siegel e Shuster tentaram inventar novos super-heróis, porém Slam Bradley e Funnyman (que combatia o mal com armas presas a sua roupa de palhaço) e mais meia dúzia de projetos terminaram em fracasso. Siegel acabou tendo de vender seus preciosos exemplares da Action Comics número 1, que hoje valem milhares de dólares , para comprar comida e pagar o aluguel.

Depois de “24 anos de frustração e inferno”, como disse Siegel, eles perderam uma série de processos na justiça para recuperar os direitos sobre o personagem. Shuster acabou reduzido a contínuo em Manhattan e Siegel trabalhou como datilógrafo em Los Angeles por 7 mil dólares ao ano.



Em 1978, porém, depois que o primeiro filme do Super-Homem rendeu mais de 80 milhões, a DC, que no decorrer dos anos ganhou cerca de 250 milhões do bolo de 1 bilhão de dólares faturado em filmes, televisão e uma quantidade incrível de produtos com o Super-Homem, se curvou a colocar o nome de ambos com autores e deu a cada um deles uma pensão anual de 20 mil dólares, mais tarde aumentada para 30 mil.

Nos últimos anos de vida, os dois moraram em Los Angeles, a poucas quadras um do outro, onde Shuster, cego no final da vida, morreu em 1992.

Siegel pode ter sido o criador do Super-Homem, mas, devido ao fracasso em salvaguardar seus direitos, ele se tornou amargo com o homem de outro planeta. “Não consigo olhar uma revista do Super-Homem”, disse em 1975. “Isso me deixa fisicamente doente. Adoro o Super-Homem, e no entanto para mim ele se tornou um elemento hostil”.


Joe Shuster e Jerry Siegel: mágoas com a perda dos direitos sobre o Homem de Aço duraram a vida toda