sábado, 11 de abril de 2009

Cinema Udigrúdi

O Cinema Marginal andou um tempo esquecido, mas uma nova coleção sobre o tema promete recuperar um pouco de sua história. Ao todo serão lançados 12 DVDs, sendo que a primeira leva traz Bang Bang (1971), de Andrea Tonacci, Sem essa Aranha (1970), Rogério Sganzerla, Meteorango Kid, o heroi intergalático (1969), de André Luiz Oliveira e Os Monstros e Babaloo (1970), de Elyseu Visconti.

Pra quem não entendeu nada, explico: o Cinema Marginal foi um movimento sem manifesto, fruto da contracultura brasileira dos anos 60. Surgiu na ditadura e seus realizadores usavam o cinismo como bandeira de protesto. Em comparação com o Cinema Novo, era mais maldito. Na tela, o povão era a estrela fosse ele alienado, grosso ou despolitizado. Como o bandido da luz vermelha, que batia no peito e dizia de boca cheia: “Eu sou um boçal”.

Uma curiosidade: a pecha de "Cinema Marginal" é rejeitada até por cineastas do movimento. O nome faz menção ao filme que deu origem a tudo – A Margem (1967) de Odualdo Candeias. É marginal também porque os diretores faziam parte de um grupo “à margem” do esquemão. Porém, Júlio Bressane prefere Cinema Poesia. Cogitou-se Cinema Experimental e até Udigrúdi, corruptela de “Underground” inventada por Glauber Rocha. No entanto, continuou Marginal mesmo.

Uma palhinha de Meteorango Kid, o heroi intergalático