Magal, o cigano da MPB

Quem nasceu ontem ou tem memória curta, só o conhece do humorístico Uma Escolhinha Muito Louca, que passou um tempo na Band, e de outras participações na TV. Essa gente que conhece apenas o Sidney Magal de hoje, um coroa simpático de 56 anos, não imagina que ele já foi um cigano sedutor destruidor de lares capaz de incendiar plateias inteiras com um requebrado incansável de quadris.

Seu disco de estreia de 1976, que detonou a febre cigana e transformou Sidney Magal em ídolo das massas, foi o tema deste Som do Vinil. O programa é cordial e não chega a entrar em detalhes sobre o falso cigano. Mas basta lembrar de Arrombou a Festa, de Rita Lee: "Sidney Magal rebola mais que o Matogrosso, cigano de araque, fabricado até o pescoço..." A Rita já sabia disso, quem criou o personagem foi o empresário Robert Livi.

 A grande sacação de Livi foi copiar as músicas e o estilo de Sandro, um cantor de muito sucesso na Argentina e desconhecido por aqui. A fórmula simples criou um fenômeno que vendeu milhões de cópias. No fim dos anos 1970, o nome "Sidney Magal" lotava churrascarias, circos, teatros, estádios e se tornou presença cativa em boa parte dos programas de TV do Brasil e da América Latina.

Depois do primeiro LP, Sidney Magal ainda fez o filme Amante Latino, de 1979, armação para faturar com a figura do astro que teve roteiro de Paulo Coelho. Na época Magal ganhou milhões, enriqueceu a gravadora Polydor e modificou os valores da MPB, forçando as gravadoras a repensarem seus investimentos e apostarem no que mais tarde se convencionou chamar de brega.
Nessa matéria do Fantástico, exibida em 1978, dá pra ver a fama do cantor no auge da "Magalmania".