quinta-feira, 18 de junho de 2009

Esculpido e encarnado


Some uma paixão, uma doença mortal e mais uma pitada de talento, o resultado será a história surreal do escultor japonês Hananuma Masakichi (1832-1895). Após ser diagnosticado com tuberculose, Masakichi sabia que não duraria muito tempo. Acuado por um destino trágico, ele então resolveu que faria sua última grande obra: uma verdadeira prova de amor à sua mulher. Masakishi esculpiria na madeira uma cópia perfeita de si próprio. Para alcançar o máximo de realismo, ele arrancou seus fios de cabelo, unhas e dentes para recolocar, um a um, cuidadosamente, na mesma posição, na escultura. Além disso, pintou e laqueou a superfície da madeira para que se parecesse com pele humana. Os olhos foram feitos com extrema precisão ótica. E ele ainda lançou mão de uma série de artifícios para aumentar a ilusão de realidade.

A história de amor, no entanto, tem um desenlace inusitado. Após terminar a empreitada, Masakichi se descobriu curado da tuberculose. Ou por outra, fora vítima de um diagnóstico errado. O fato é que o japonês recuperou a saúde e viveu bastante, até morrer idoso, aos 63 anos. Mas o lado irônico é que perdeu sua amante.

Anos após sua morte, sua escultura foi arrematada, em 1934, por um americano afeito a relíquias bizarras, chamado Robert Ripley. Até hoje a obra faz parte do museu Ripley, aquele do Acredite Se Quiser.

A história incrível de Masakichi me lembrou um artigo escrito por mim um tempo atrás sobre hiperrealismo.

Um comentário:

  1. Esse Masakichi é um verdadeiro cara de pau!

    abs,
    Márcio Cabelinho

    ResponderExcluir